segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Era uma vez uma garotinha que acreditava tanto em conto de fadas que chegava a ver duendes.
No começo dessa história ela tinha ainda o peito aberto e junto dele um amor que ela acreditava ser o mais puro do universo, era uma criança descobrindo as maravilhas de se apaixonar.
O dono de todo aquele carinho era talvez até mais estranho que ela, vai ver fosse esse o motivo de toda aquela mudança. Era o dono do par de olhos mais fortes e do cabelo mais lindo que ela conheceria em toda sua vida.
Ele tinha o grande poder de fazê-la questionar, para ela isso valia tanto, porque desde sempre a disseram que não cabia fazer tantas perguntas, coisa feia isso de ficar procurando o porquê de tudo.
E então eles passavam as tardes jogados no chão de terra e folhas de jabuticada de um quintal hoje desbotado pela memória, ele a fazia mentir, ensinava palavrões e vez ou outra a fazia chorar porque ela não compreendia seu mundo.
Mas ela o queria tanto, era dele o melhor desejo.
Não se sabe de onde nascera a amizade, colegas de classe que se reconheceram já com oito anos, que seria do futuro de dois sonhadores loucos?
Mil e uma vezes ela sonhou com beijos proibidos, ele bolou planos milaborantes que só ele sabia fazer. Tantas outras os dois passaram tardes inteiras por ali sendo o que tinham de ser, crianças.
Haviam coadjuvantes na história, haviam cenários diversos e cenas erradas que se ela pudesse, hoje voltaria e dirigia com pulso forte obrigando-os a serem mais espertos, a vida não costuma dar muitas chances de se arrumar o pretérito imperfeito.


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